A Biblioteca Escolar de Escariz abre, durante o período lectivo, portas à comunidade educativa, abrangendo, neste leque, todas as pessoas da sua área de intervenção. Tudo começa com o projecto “Ler +” do Plano Nacional de Leitura. Texto e imagem por Tânia Santos*
Uma porta envidraçada serve de entrada a um espaço
amplo e acessível, onde diversificadas temáticas saltam à vista de quem visita,
admira e consulta as prateleiras da Biblioteca Escolar de Escariz, adiante BEE.
Com esta “nova estrutura”, o Agrupamento de Escariz pretende “dar resposta à
comunidade educativa”, adianta a responsável bibliotecária Ester Pinho.
O objectivo do Agrupamento de Escolas, ao colocar
em funcionamento a BEE aquando a abertura do Pólo Escolar de Escariz no ano
lectivo de 2010/2011, passa pelo projecto “Ler +” do Plano Nacional de Leitura.
De uma forma geral, o programa, apresentado a 20 de Junho de 2008, tinha em
vista dinamizar actividades de promoção da leitura. Mais à frente, constata-se
que a BEE cumpre o requisito.
A
responsável bibliotecária deixa a teimosia e gosto falar mais alto e defende,
para a BEE, a vertente “Ler + em Família” da iniciativa nacional. Um programa que
abrange a comunidade escolar (alunos, professores e assistentes) e abre portas
as pessoas residentes das cinco freguesias (Chave, Escariz, Fermedo, Mansores e
São Miguel do Mato) da composição da zona de intervenção do agrupamento.
Ao chegar à portaria da sede do Agrupamento de
Escariz, um assistente escolar, a pedido das pessoas, reencaminha-as ao sector
da biblioteca. E, uma vez transposta a porta envidraçada, os visitantes encontram
afixadas as normas de utilização dos meios documentais e de multimédia
disponíveis. A visita é possibilitada, em dias de aula, entre às 9 e 17 horas e
tem a mais-valia, para domicílio, da requisição de livros.
O espaço da BEE, já com uma biblioteca digital
criada, “ultrapassa os 10 mil documentos em vários suportes”, apresenta com
orgulho Ester Pinho o número arredondado. Quando, ao mesmo tempo, expõe a
importância da mudança e ampliação da biblioteca que, hoje, permite à população
local um acesso próximo da leitura e cultura “uma vez que estamos a 20
quilómetros da Biblioteca Municipal de Arouca”, lembra.
“Tudo começa e acaba na família”, sublinha a
professora que está à frente da biblioteca desde o início com a então E.B. 2,3
de Escariz (2001/2002), agora Escola Básica e Secundária. Daí ter
operacionalizado o “Ler + em Família”, na BEE, unindo pequenos e graúdos em
torno dos livros. A iniciativa tem sucesso e é expandida à Biblioteca Escolar
de Chaves (BEC), que está no seu segundo ano de vida, e à Biblioteca de
Fermedo, que está no primeiro.
Ester Pinho só lamenta a falta de meios: “No
terreno, não estamos a ter os recursos humanos que diziam que íamos ter”. Uma
lacuna que “não passa só pelo concelho de Arouca”, mas “pelo país todo”,
acredita. Ao mesmo tempo, a professora atribui mérito ao facto da recente BEC
estar, às quintas-feiras das 13.30 às 15.30 horas, aberta à comunidade de Chave,
sendo a operacionalização do tempo gerida por um técnico da Câmara Municipal ou
um elemento da associação “A semente”.
Os bons resultados do “Ler +” são espelhados por
Ester Pinho que conta um caso curioso de excepção: “Investigadores, de fora do
concelho, sabiam que tínhamos documentos que lhes interessavam, procuraram-nos
e, depois de analisarmos o caso, demos resposta ao pedido solicitado”. O mesmo
diz do empréstimo inter-bibliotecas: “Desde que seja possível fazer e conjugar
a operacionalização, fazemos.”
* Trabalho realizado para o jornal Discurso Directo, semanário de Arouca
* Trabalho realizado para o jornal Discurso Directo, semanário de Arouca