quarta-feira, 12 de junho de 2013

“Ler +” une pequenos e graúdos aos livros


A Biblioteca Escolar de Escariz abre, durante o período lectivo, portas à comunidade educativa, abrangendo, neste leque, todas as pessoas da sua área de intervenção. Tudo começa com o projecto “Ler +” do Plano Nacional de Leitura. Texto e imagem por Tânia Santos*

 
Biblioteca Escolar de Escariz

Uma porta envidraçada serve de entrada a um espaço amplo e acessível, onde diversificadas temáticas saltam à vista de quem visita, admira e consulta as prateleiras da Biblioteca Escolar de Escariz, adiante BEE. Com esta “nova estrutura”, o Agrupamento de Escariz pretende “dar resposta à comunidade educativa”, adianta a responsável bibliotecária Ester Pinho.

O objectivo do Agrupamento de Escolas, ao colocar em funcionamento a BEE aquando a abertura do Pólo Escolar de Escariz no ano lectivo de 2010/2011, passa pelo projecto “Ler +” do Plano Nacional de Leitura. De uma forma geral, o programa, apresentado a 20 de Junho de 2008, tinha em vista dinamizar actividades de promoção da leitura. Mais à frente, constata-se que a BEE cumpre o requisito.

 A responsável bibliotecária deixa a teimosia e gosto falar mais alto e defende, para a BEE, a vertente “Ler + em Família” da iniciativa nacional. Um programa que abrange a comunidade escolar (alunos, professores e assistentes) e abre portas as pessoas residentes das cinco freguesias (Chave, Escariz, Fermedo, Mansores e São Miguel do Mato) da composição da zona de intervenção do agrupamento.

Ao chegar à portaria da sede do Agrupamento de Escariz, um assistente escolar, a pedido das pessoas, reencaminha-as ao sector da biblioteca. E, uma vez transposta a porta envidraçada, os visitantes encontram afixadas as normas de utilização dos meios documentais e de multimédia disponíveis. A visita é possibilitada, em dias de aula, entre às 9 e 17 horas e tem a mais-valia, para domicílio, da requisição de livros.

O espaço da BEE, já com uma biblioteca digital criada, “ultrapassa os 10 mil documentos em vários suportes”, apresenta com orgulho Ester Pinho o número arredondado. Quando, ao mesmo tempo, expõe a importância da mudança e ampliação da biblioteca que, hoje, permite à população local um acesso próximo da leitura e cultura “uma vez que estamos a 20 quilómetros da Biblioteca Municipal de Arouca”, lembra.

“Tudo começa e acaba na família”, sublinha a professora que está à frente da biblioteca desde o início com a então E.B. 2,3 de Escariz (2001/2002), agora Escola Básica e Secundária. Daí ter operacionalizado o “Ler + em Família”, na BEE, unindo pequenos e graúdos em torno dos livros. A iniciativa tem sucesso e é expandida à Biblioteca Escolar de Chaves (BEC), que está no seu segundo ano de vida, e à Biblioteca de Fermedo, que está no primeiro.

Ester Pinho só lamenta a falta de meios: “No terreno, não estamos a ter os recursos humanos que diziam que íamos ter”. Uma lacuna que “não passa só pelo concelho de Arouca”, mas “pelo país todo”, acredita. Ao mesmo tempo, a professora atribui mérito ao facto da recente BEC estar, às quintas-feiras das 13.30 às 15.30 horas, aberta à comunidade de Chave, sendo a operacionalização do tempo gerida por um técnico da Câmara Municipal ou um elemento da associação “A semente”.

Os bons resultados do “Ler +” são espelhados por Ester Pinho que conta um caso curioso de excepção: “Investigadores, de fora do concelho, sabiam que tínhamos documentos que lhes interessavam, procuraram-nos e, depois de analisarmos o caso, demos resposta ao pedido solicitado”. O mesmo diz do empréstimo inter-bibliotecas: “Desde que seja possível fazer e conjugar a operacionalização, fazemos.”


* Trabalho realizado para o jornal Discurso Directo, semanário de Arouca